Eu tenha uma imagem idealizada de São Paulo, uma coisa que sempre me vem a mente quando penso nesta cidade. Não, não estou falando do trânsito. Como amante paulistana, essa imagem é, para mim, como se fosse uma fotografia para cartão postal, um lindo cenário para um filme, fonte de inspiração para música e poesia.
São Paulo, pra mim, tinha que sempre ter essa cor: cinza. Não pela poluição, pelo frio e céu encoberto por nuvens. As pessoas andando em suas vestes de frio, os paulistanos sempre estão elegantes no inverno, aquela fumaça exalando das bocas, apressadas procurando um lugar mais quente, dentro de seus escritórios ou do metrô, talvez.
Logo cedo, as pessoas cruzam as ruas às pressas, com copos de café na mão e o cheiro de pão de queijo fresco pairando no ar. A sensação de uma música tocando em nossos ouvidos, música de ritmo acelerado, assim como São Paulo funciona. Vento leve fazendo nossas poucas árvores dançarem. E os prédios complementando essa imagem fantasiosa.
Dá uma sensação gostosa imaginar São Paulo desta forma.
segunda-feira, 18 de maio de 2009
Minha querida São Paulo
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domingo, 17 de maio de 2009
Visite o Museu da Língua Portuguesa
Na Estação da Luz, de frente para a Pinacoteca, em São Paulo está localizado o Museu da Língua Portuguesa. O primeiro desafio para elaborar o museu foi o de saber como expor algo imaterial, mas eles conseguiram.Um dos pontos culturais de São Paulo mais freqüentados por pessoas de todas as idades, desde estudantes a profissionais, um paulistano não pode deixar de visitá-lo. A entrada é barata, o divertimento é garantido e o interesse pela língua tende a crescer.
A primeira etapa ao entrar no Museu é um vídeo narrado por Fernanda Montenegro e que conta uma breve história da língua e da linguagem. Saindo do auditório, os visitantes ficam em uma sala de poesias. Narradas pelos próprios autores, pessoas conhecidas ou anônimas, as poesias são projetadas nas paredes, tetos e no chão. Você pode sentar e apenas ouvir ou caminhar procurando poesias que lhe agradem.
Após isso, há sempre uma exposição temporária que trata das obras de algum autor. Objetos que representem suas obras, gravações de trechos dos livros, objetos pessoais, manuscritos, livros em formatos gigantes, grandes dicionários, um espaço que te envolve com aquele sujeito que tanto contribuiu para a nossa literatura.
Logo vem o painel eletrônico em que histórias são contadas, sobre a cultura e tudo que influencia a linguagem. Seguido deste, há um outro painel mais formal que conta toda a história da língua, desde o seu surgimento até os dias de hoje. Neste segundo painel, há algumas palavras, suas origens e as mutações sofridas. No meio deste dois painéis há pequenas baias que atendem a uma cultura específica que se mesclou à nossa: americana, francesa, africana, italiana... e, com isso, objetos marcantes desta cultura e palavras do nosso vocabulário originadas destas. Num visor de computador, você pode escolher a palavra, ouvir seu significado e pronuncia, bem como conhecer um pouco mais sobre a história do povo que contribuiu para o enriquecimento da nossa língua.
E, por final, tem uma sala de interatividade com a língua com três mesas onde é possível juntar as sílabas, formando palavras e, assim, conta-se a história daquela palavra. Dica de passeio que não pode ficar fora do roteiro de ninguém que tenha passado por aqui.
Veja mais em meu outro blog Jornalismo Em Curso
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sexta-feira, 15 de maio de 2009
Feira de troca de livro e gibis
O Sistema Municipal de Bibliotecas promove a 3ª Feira de troca de livros e gibis que ocorrem em parques de todas as regiões de São Paulo. O intuito, como o nome já diz, é estimular a troca de livros usados, desde que não seja didático e esteja em bom estado. Essa troca possibilita que os frequentadores da feira ampliem seus conhecimentos no mundo da leitura e atinge ao público de todas as idades e interesses.
Esta é uma ótima ideia de estimulo à leitura e de aproveitamento de espaços públicos. Mais do que isso, é uma junção de duas coisas agradáveis, ler em meio à natureza e com o clima de tranquilidade. A grande adesão ao evento foi o que proporcionou a expansão do projeto para outros parques, atingindo, assim, desde a zona central até a periferia da cidade e eventos como este devem ser prestigiados e divulgados para que não sejam extintos.
Os gêneros estarão separados por mesas para facilitar o encontro dos interessados. O evento é gratuito e acontecerá ao longo do ano em 8 parques: Parque do Ibirapuera, Parque do Carmo, Parque do Piqueri, Parque da Luz, Parque Cidade de Toronto e Parque Santo Dias.
Mias informações, acesse o site do Catraca Livre.
Postado por Amanda Rodrigues de Carvalho às 16:28 0 comentários
quinta-feira, 14 de maio de 2009
Protesto em comunidade da Zona Leste
Ontem, por volta das 18h, os moradores de uma favela localizada na Avenida Gabriela Mistral (Penha, zona leste) protestavam contra a truculência policial ao prender um rapaz de 19 anos por tráfico drogas. Os moradores dizem que Vagner Barbosa da Silva estava jogando futebol com os amigos e, no momento da prisão, foi impedido de apresentar seus documentos de identificação e atribuem maus tratos à mãe do garoto por parte dos policiais militares. No entanto, consta no boletim de ocorrência da polícia que Silva foi preso em flagrante portando cocaína, maconha e haxixe e a mãe de Silva foi presa por desacato à autoridade, e negam que tenha havido violência desnecessária por parte dos servidores.
As reivindicações dos moradores ficaram sufocadas pela seqüência de fatos que este ato desencadeou: ônibus, microônibus e caminhão foram queimados, os passageiros afirmam que foram obrigados a desembarcar por pessoas que portavam armas; a Marginal Tietê, uma das principais vias que dão acesso à região, ficou bloqueada por cerca de 50 minutos em horário de pico; presos no trânsito, motoristas relataram que foram vítimas de assaltos e seus veículos foram vandalizados; os moradores libertaram outros dois homens que haviam sido presos e já estavam dentro da viatura; ao atear fogo no ônibus, queimou-se também parte da fiação do local e o fogo quase atingiu um posto de gasolina próximo; dois PM, uma soldado e um tenente ficaram feridos, além de uma passageira que suspeita-se ter fraturado a perna ao desembarcar do ônibus.
Se houve desrespeito policial, os moradores tinham que reivindicar e ir à corregedoria para que a punição fosse aplicada aos infratores, é inadmissível o desrespeito por parte de autoridades com que se trata a sociedade e não se deve calar diante a isto. No entanto, o protesto violento e o prejuízo e desrespeito causado a outros integrantes desta sociedade descaracterizam todo o ideal inicial do protesto e este, então, perde o seu sentido, passando de protesto motivado a vandalismo desnecessário.
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Novidades para o transporte público paulistano
Nesta quarta-feira, 13 de maio de 2009, o secretário dos transportes Alexandre de Moraes concedeu entrevista à Rádio CBN direto do Japão, onde está conhecendo o sistema de transporte público e estudando-os quais os mais adequados para que serem implantados na cidade de São Paulo.
Moraes conta que o transporte de maior interesse é o chamado Monotrilho (Monorail) que podem atender cerca de 35 mil pessoas/hora e tem funcionamento semelhante ao Expresso Tiradentes, mas suas vias são todas suspensas e sobre trilhos. Ele explica que o interesse da prefeitura em integrar o Monotrilho em nosso sistema de transporte público é porque seu custo é menor do que os investimentos em metrô e não é necessário desapropriar um número alto de moradores. Além disso, pretende-se atingir os padrões japoneses em que cerca de 80% da população de locomove em Tóquio em transportes sobre os trilhos (trens, metrôs e monotrilho) e somente 20% da população utiliza ônibus. Em São Paulo, a demanda é inversa. O secretário conta que em horário de pico, esses transportes estão sempre lotados, mas o tráfego nas ruas e melhor e o trabalhador japonês opta por usar o transporte público por ser a forma mais ágil de andar pela cidade.
O Monotrilho completaria as vias do Expresso Tiradentes e beneficiaria, em primeiro momento, à Zona Leste da cidade com a previsão de atender a região de São Matheus e Parque São Lucas até 2010 e a Cidade Tiradentes até 2012.
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quarta-feira, 13 de maio de 2009
Narrando São Paulo
Heliopolis
JOÃO PEREIRA COUTINHO
“... Em todas as cidades há vários homens. Essa, aliás, é a diferença entre a cidade e o campo. Amigos e nostálgicos não se cansam de me pregar as virtudes da ruralidade. A cidade é o inferno. Só o campo permite um regresso às nossas origens purificadas. Por vezes eu cedo e, após horas de viagem aos confins do mundo, chego ao meu destino: uma casa no meio do nada.”
“Alguém elogia a paisagem, o silêncio. A "paz", sempre a "paz". No fundo, a ausência de presença humana. Eu sorrio, concordo por gentileza e depois sinto a tristeza a descer sobre mim. O campo me deprime pela razão mais básica que existe: porque sou um homem de cidades. Sou um viciado no caos físico e metafísico que só uma cidade permite.
Gosto de Londres. Gosto de Nova York. Gosto de São Paulo...”
“... Apesar de tudo, eu aplaudo a ambição megalômana de Scudamore de tentar enfrentar e captar a complexidade de São Paulo como nenhum outro escritor que eu conheça. Scudamore desenha, em linguagem de uma precisão poética, a geografia física, caótica, profundamente estimulante, sensual e perigosa de São Paulo. Sem esquecer a geografia social e sentimental dos seres humanos que a povoam. As relações entre ricos e pobres.
Entre ricos e ricos. Entre pobres e pobres. Os códigos. Os silêncios. Os medos. Os tabus. Os clichês de comportamento e até de linguagem que são máscaras perfeitas para uma convivência urbana e teatral...”
Em coluna publicada ontem, dia 12/05/2009, no caderno Cotidiano no jornal Folha de São Paulo, João Pereira Coutinho resenha o livro “Heliopolis” de James Scudamore e comenta com admiração o desafio aceito pelo autor ao tentar narrar com riqueza de detalhes todos os pontos de São Paulo, que são caóticos, mas não deixam de ser apaixonantes. Note que os detalhes citados têm uma complexidade incrível capaz de provocar amor e ódio por esta megalópole.
Retirei deste texto os trechos que tratam de forma geral o encanto de uma cidade grande, destaquei as palavras que me arrepiaram, que causaram identificação imediata e que expuseram a paixão por uma cidade grande e movimentada, que possui transtornos e loucuras e, em contrapartida, há diversidade e a experiência única em estar em um lugar que é base econômica de um país.
Divido a sensação comum de “se eu pudesse viver em um lugar mais tranqüilo...” mas não posso e nem quero de fato. São Paulo tem uma mágica inigualável. Um país dentro de outro. Aqui se abriga a diversidade cultural e étnica; a variedade de profissões; todos os aspectos e níveis de cultura; tem periferia e centro; grandes bairros que, de tão grandes, são quase pequenas cidades. São Paulo tem alegria misturada ao estresse. Oferece a um cidadão tudo o que ele precisa para ficar aqui.
É triste ver que esse crescimento é desproporcional aos esforços empenhados pelo governo em mantê-la grande e prazerosa, falta empenho da população em tornar viável o convívio com as pessoas e aprender a respeitá-las, e o empenho de tantos outros em criticar sem fazer nada para que se torne um lugar melhor ou contribuir para destacar e aproveitar tudo que há de bom. As pessoas deveriam saber aproveitar São Paulo, a cidade é grande e tem muitas opções, mas prendem-se as mesmices. Criticar é mais fácil.
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terça-feira, 12 de maio de 2009
Lei Antifumo é sancionada
O projeto de lei nº 577/2008, a lei antifumo, foi sancionada pelo governador de São Paulo José Serra (PSDB) nesta última quinta-feira, dia 7 de maio. A lei proíbe o fumo em espaços coletivos, públicos ou privados, extinguindo os fumódromos e comprometendo o governo em educar e informar sobre as novas regras, bem como auxiliar o cidadão que desejar parar de fumar.
A lei nº13.541 restringirá a permissão do fumo somente em lugares ao ar livre ou em casa e visa multar o proprietário do estabelecimento que não coibir ou ficar omisso e permitir que cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos ou de qualquer outro produto fumígeno sejam acesos no local. Segundo a Vigilância Sanitária, o estabelecimento poderá ser multado mesmo que não haja fumante no momento da blitz, alega-se que uma bituca de cigarro é indício de quem alguém desrespeitou a lei.
Causando polêmica desde a apresentação como projeto-lei, aponta-se inconstitucionalidade já que a lei federal permite a existência de fumódromos, violação à liberdade individual e discriminação. Em contrapartida, a lei é defendida pois preserva os não-fumantes/fumantes passivos que sofrem com males causados pelo cigarro que é fumado por outrém.
A crítica forte tem origem nos menores interessados na aprovação da lei, donos de bares, restaurantes e casas noturnas temem que a lei desestabilize a frequência de clientes além de alegarem inviabilidade em exigir que o cliente apague o cigarro. Discute-se ainda que se somada a lei seca, a lei antifumo causará efeitos negativos para os lucros do setor. Enquanto isso, a sociedade fumante ou não, estão de acordo com a aprovação da lei. De acordo com a pesquisa elaborada pelo Datafolha, 86% dos fumantes dizem que respeitarão a noval lei e 80% dos paulistanos aprovam-na.
Ainda há muitos conflitos entre as opiniões de especialistas como médicos, advogados, autoridades e jornalistas, desconfia-se se será possível garantir o cumprimento da lei e a eficácia da fiscalização, mas é inegável o brilhantismo da ideia e a movimentação para que haja mudança nesta parte do quadro social.
No site Folha OnLine é possível encontrar maiores informações sobre as regras da lei.
Postado por Amanda Rodrigues de Carvalho às 15:43 0 comentários
sexta-feira, 8 de maio de 2009
Som alto no transporte público
Quem depende do transporte público para se locomover pela cidade está ciente das inúmeras faltas de respeito cometidas contra os usuários. Os transtornos são causados pela prefeitura, pela empresa prestadora de serviços e até por outros usuários.
É sabido pela maioria o descaso que é feito ao ceder assentos preferenciais à idosos, gestantes, pessoas com deficiência ou alguma lesão corporal grave e mulheres com crianças de colo. Além disso, também pode ser apontado o mal humor e grosseria de cobradores e/ou motoristas, o bloqueio do embarque e desembarque ou de acesso aos corredores e também a enorme insatisfação quanto ao valor tarifa cobrada, principalmente, quando comparada à qualidade do serviço.
Como se não fosse o suficiente, tem se tornado frequente um ato de desrespeito e falta de bom senso por parte de alguns usuários da rede de transporte coletivo ao ouvir música no celular através da configuração "alto falante".
A lei municipal nº6.681/65 que proíbe o uso de aparelhos sonoros sempre foi ignorada por pessoas que ouvem suas músicas fazendo uso dos fones de ouvido, no entanto, o hábito de usar fones de ouvido que limita o áudio a quem interessa ouvi-lo foi deixado de lado e isto incomoda e atrapalha as outras pessoas presentes naquele espaço coletivo, violando o respeito à individualidade. As pessoas sabem que incomodam, mas acham graça em agirem assim. Por vezes, há disputa de qual celular toca a música em volume mais elevado, conforme pode ser visto em matéria da Revista Paradoxo e da Folha de São Paulo.
Esse novo hábito do paulistano tem gerado polêmica e irritação, mas não o suficiente para que se tome alguma atitude a respeito. Cobradores e motoristas não agem e, por vezes, são estes quem estão com seus celulares ligados no último volume. Cabe a nós esperarmos que pessoas que agem assim tenham consciência do desrespeito ao outro e mude suas atitudes e isto parece impossível.
Postado por Amanda Rodrigues de Carvalho às 17:43 0 comentários
terça-feira, 5 de maio de 2009
Virada Cultural 2009
A 5ª edição da Virada Cultural realizada no último fim de semana, dia 02 e 03 de maio, teve cerca de 800 atrações divididas em 150 palcos apesar do orçamento reduzido. A maior parte destes eventos estava no centro da cidade, o que serviu como uma espécie de revitalização daquela área sem vida no período noturno, principalmente. Os CEU's e as unidades do SESC serviram como palco para os eventos que ocorreram nas periferias, possibilitando àquele público acesso a cultura sem a necessidade de se deslocar para a região central.
Pôde ser observado a variação de eventos e estilos, bem como do público da Virada e isto facilitou o entrosamento destes públicos e permitiu que fosse aproveitado as atrações antes desconhecidas. Nas ruas do centro também foi notável as informações com grandes mapas dos palco, avisos com as direções que poderiam ser tomadas e polícias militares. Além disso, vale ressaltar a ausência de grandes confusões e conflitos causados pelo público.
Um dos palco que visitei que mais me agradou foi o palco "20 anos sem Raul" em que a discografia do cantor baiano foi tocada por diversas bandas durante as 24h desta edição da Virada Cultural. Lá encontrei jovens e adultos, seixistas e malucos beleza, punks, hippies, casais, crianças, famílias reunidas, mendigos, bêbados e até funcionários da construção da linha 7 da CPTM tirando uma folguinha para aproveitar o show. Além desta diversidade de público, os banheiros daquele palco estavam limpos, assim como as ruas.
Os pontos negativos a serem destacados a sujeira deixada nas ruas do centro e os banheiros fétidos. Estas foram as principais reclamações dos visitantes dos palcos da região central. A prefeitura alegou ter recebido um público maior do que era esperado (cerca de 4 milhões de pessoas) e disse que estas falhas serão revistas e corrigidas na próxima edição.
Postado por Amanda Rodrigues de Carvalho às 17:20 0 comentários